Na Comissão de Assuntos Econômicos, o Senador do Amazonas participou da sessão que discutiu o controle da taxa Selic
Em audiência com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para esclarecer as razões que levam o Brasil a ter uma das maiores taxas básicas de juros do mundo (13,75% ao ano), o senador Omar Aziz (PSD-AM) criticou a postura de defesa da taxa Selic elevada. Omar ressaltou, nos trabalhos da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) desta terça-feira (25), que o povo brasileiro precisa saber ‘quem paga’ e ‘quem ganha’ com o cenário de juros altos no País.
“A quem interessa os juros altos no Brasil hoje, quem ganha muito com isso? Não há aqui ninguém, a não ser quem está no mercado de especulação, que ache bom esses juros altos. O povo brasileiro precisa entender que paga juros altos porque subsidia juros para determinados segmentos econômicos. Se é uma senhorinha que vai procurar um banco público para abrir um salão, ela não consegue esses juros mais baixos, enquanto grandes empresários brasileiros, que exportam muito, conseguem esses juros mais baixos, quando deveria ser o contrário. Tem alguém pagando essa conta e quem paga são os mais pobres, os brasileiros que mais precisam”, reforçou Omar.
O parlamentar, líder da Bancada Federal do Amazonas no Congresso, afirmou ainda ser inaceitável o presidente do Banco Central defender juros altos. “O senhor tinha que criticar os juros e tentar abaixar e não defender os juros altos. Até porque as medidas que esse Congresso Nacional tomou, e foram muitas, para conter inflação foram grandes. No ano passado, em plena campanha, retirando dinheiro de estados e municípios para reduzir o preço do combustível, das telecomunicações”, completou o Senador do Amazonas.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se dirigiu aos questionamentos de Omar Aziz, afirmando que o Brasil possui um volume elevado volume de crédito direcionado (subsidiado), o equivalente a 40% de todo o crédito operado no País. Segundo Campos Neto, os juros altos fazem com que o custo seja repassado para toda a economia, inclusive para os mais pobres.
“Uma forma de atacar isso é diminuir o percentual de juros direcionados. Se eu diminuo os juros direcionados eu diminuo a taxa de juros neutra, que diminuiria a taxa de juros (básica) na economia. A taxa de juros neutra é aquela que o Banco Central fixa como uma taxa de equilíbrio, que não gera inflação nem desinflação. Quando a taxa de juros neutra sobe, é preciso ter uma taxa de juros (básica) mais alta para manter o equilíbrio. E essa taxa de juros neutra está ligada aos juros subsidiados e, inclusive, as iniciativas do ministro Haddad nesse sentido são muito boas junto com uma reforma tributária mais ampla”, pontuou.
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